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O Terror na Floresta
O sol se punha, tingindo o céu em tons de sangue e laranja, enquanto a floresta se tornava um palco de sombras e sussurros. A névoa rastejava pelas árvores, abraçando-as em um abraço gélido, e o ar carregava o cheiro úmido de terra molhada e folhas em decomposição. Era a hora em que a floresta sussurrava segredos, histórias de terror, e a escuridão se tornava uma entidade viva.
João, um caçador experiente, se movia com cautela, seu rifle em mãos, o olhar atento. Ele conhecia bem a floresta, seus caminhos secretos e suas criaturas, mas até mesmo ele sentia um arrepio na espinha ao se aventurar naquela região, a sombra do medo sempre à espreita.
Havia um rumor, um conto de terror, que se espalhava pela região como um incêndio: a lenda do Lobisomem da Floresta Negra. Dizem que, nas noites de lua cheia, uma criatura terrível, com olhos de fogo e garras afiadas como navalhas, saía de sua toca para assombrar os viajantes incautos.
João nunca acreditou em histórias, mas, naquele momento, com a névoa densa e os sons estranhos ecoando pelas árvores, ele sentia um medo crescente. O cheiro forte de carne podre o fez parar em seco, a pele arrepiada.
No meio da trilha, um corpo estava estendido, dilacerado, a carne arrancada dos ossos. O sangue fresco manchava a terra, e a luz do luar refletia em algo brilhando no chão: um colar de prata, partido ao meio.
João engasgou, seu coração disparando no peito. O colar, ele reconhecia. Era de um caçador que desapareceu na floresta há alguns dias. O medo se transformou em terror, um grito preso na garganta.
A floresta sussurrava, um som baixo e ameaçador que parecia se aproximar. Um cheiro fétido, a mistura de sangue e suor, enchia o ar. João se sentia preso, paralisado.
De repente, um par de olhos vermelhos brilharam na escuridão, e um rugido terrível cortou o silêncio. A criatura se lançou, a silhueta grotesca se erguendo sobre o caçador. João engasgou, engolfado por um terror inominável, a morte rondando-o.
Ele atirou, mas o tiro pareceu apenas irritar a besta. A criatura rugiu de novo, se aproximando, suas garras afiadas prontas para rasgá-lo em pedaços.
João fechou os olhos, esperando o fim, mas ele nunca chegou. Um grito distante, um grito feminino, o fez abrir os olhos. A criatura recuou, desaparecendo nas sombras, a floresta voltando ao seu silêncio usual.
João se levantou, tremendo, a imagem do Lobisomem gravada em sua mente. Ele não era mais o mesmo caçador, a floresta jamais seria a mesma. O terror que ele sentiu naquela noite o assombrou para sempre.
A lenda, que antes era um conto, agora era real. João, o caçador que nunca acreditou em histórias, aprendeu, da maneira mais terrível, que a floresta guardava segredos escuros, e que o medo, quando libertado, poderia consumir até mesmo o mais corajoso dos homens.