Cena 1 – Descrição: Maria (loira, 6-8 anos) se
Cena 1
– Descrição: Maria (loira, 6-8 anos) sentada ao lado do Avô (grisalho, 60-70 anos) em um banco de madeira, no quintal da casa. O céu azul com nuvens brancas ao fundo. O Avô segura um chapéu e sorri para Maria.
Cena 1
O sol da tarde, brando e dourado, derramava-se sobre o quintal, pintando de luz o cabelo loiro-palha de Maria, que brilhava como fios de ouro fino. Ela tinha seis anos, talvez sete, e seus joelhos, ligeiramente raspados, apoiavam-se contra a madeira áspera do banco. Ao seu lado, o Avô, com seus setenta anos marcados por um cabelo grisalho e um sorriso que revelava dentes levemente amarelados pelo tempo, segurava um chapéu de palha, velho e desbotado pelo sol. O chapéu, que parecia ter vivido tantas histórias quanto ele próprio, jazia em suas mãos calejadas, como um objeto sagrado.
O céu, um azul profundo salpicado de nuvens brancas e fofas como algodão doce, servia de pano de fundo para a cena bucólica. Um leve vento soprava, agitando as folhas das árvores no jardim, criando uma sinfonia suave que acompanhava o silêncio quase reverente entre os dois. Maria fitava o avô com uma admiração infantil, seus olhos azuis, tão claros quanto o céu, fixos em seu rosto enrugado. Ele a observava em troca, um sorriso terno emoldurado por linhas finas que contavam a história de uma vida bem vivida, uma vida compartilhada agora com a pequena neta.
O silêncio não era desconfortável. Era um silêncio preenchido pelo zumbido discreto das abelhas nas flores, pelo canto distante de um pássaro, e pelo calor silencioso do amor que transparecia entre eles, tão forte e palpável quanto o calor do sol que os envolvia. O avô acariciou suavemente o cabelo de Maria, os dedos enrugados deslizando pelos fios sedosos. Ele não precisava falar. Aquele momento, naquele banco de madeira sob o céu azul, já dizia tudo. Era um tesouro silencioso, uma lembrança que Maria guardaria para sempre no fundo do seu coração, um pedaço de céu azul e um sorriso de avô.
